O problema do "sobe e desce" e dos "altos e baixos"

Problema prático de Jornalismo.

Não simpatizo com as rubricas de “sobe e desce” que os jornais dedicam a pessoas e à actualidade. Além da superficialidade da análise e da incerteza (e desconhecimento…) quanto aos critérios que suscita em muitos leitores, tendem muitas vezes para o juízo precipitado, para o elogio ou para a depreciação fáceis, para a apreciação equívoca e por aí fora. É o que me parece acontecer hoje na coluna “Altos e Baixos” do suplemento de Economia do “Expresso”.

Na dita coluna, a páginas 2, aparece no podium jornalístico dos “altos” o ministro das Finanças, Vítor Gaspar, com foto e nome a ilustrar um texto que menciona como uma das “pequenas boas notícias que devemos valorizar” a variação nula do produto interno bruto (PIB) registada no segundo trimestre do ano, embora não seja referido em que período tal aconteceu tal período.
O próprio jornal explicita e tenta explicar adiante (págs. 8 e 9) que o desempenho económico se ficou a dever em boa parte ao aumento das exportações, que cresceram 15% nos primeiros cinco meses do ano.
Sendo incompetente para discutir Economia, confesso que não percebo muito bem como é que se pode atribuir o mérito da “boa notícia” da variação nula do PIB no segundo trimestre do ano a um ministro que foi empossado sete dias úteis antes do fim desse período

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