Espaço Memória e Fronteira, onde a memória nos interpela

Memória e Fronteira. Assim se chama o Espaço, para poderia chamar-se Museu. Já corri algum Mundo e já vi muitos museus, dentro e fora de Portugal. Alguns impressionaram-me, outros impressionaram-me muito. Não necessariamente pela riqueza das suas colecções, mas muitas vezes pela singeleza das suas "mensagens". Conheci hoje o Espaço Memória e Fronteira, em Melgaço.
Instalado no antigo matadouro municipal (aproveitamento do património imobiliário do Município, apenas documentado pelo aproveitamento físico-arquitectónico da fachada que nada aproveita ao conteúdo do Museu - ou do Espaço), fala-nos, numa linguagem directa e às vezes quase brutal, de duas realidades muito complexas que fazem parte da nossa história contemporânea - a emigração (a legal e a clandestina) e o contrabando.
Por coincidência, ao regressar ao hotel após a minha jornada, os telediários debitam um debate parlamentar sobre a expulsão de cidadãos ciganos (e depois?!) pela República Francesa. Soou-me mal. Parece-me que devo mesmo aconselhar os deputados do PP, do PSD (quase todos, pelos vistos) e do PS (muitos, a começar pelo líder parlamentar e pelos oradores de serviço) a revisitarem o nosso passado. Algures, em Melgaço, onde a memória nos interpela... 
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